Fenavist, Movimento AR, entidades do setor de segurança privada e órgãos de segurança pública criam Comitê Segurança sem Preconceito

NOTA À IMPRENSA
20 de novembro de 2020
A pedido do senador Major Olimpio (PSL-SP), Estatuto da Segurança Privada poderá ser votado durante esforço concentrado do Senado
2 de dezembro de 2020

Na manhã desta quinta-feira (25), em São Paulo, a Federação Nacional das Empresas de
Segurança e Transporte de Valores (Fenavist) deu mais um importante passo em busca da melhoria dos serviços prestados pelo segmento. Ao lado do Movimento AR, da Universidade Zumbi dos Palmares, de outras entidades do setor e de órgãos de segurança pública, a Fenavist participou da criação do Comitê Segurança sem Preconceito. O objetivo é a capacitação dos mais de 500 mil vigilantes que atuam nas empresas formais em questões raciais e discriminatórias, bem como aprofundar ainda mais as orientações sobre técnicas de abordagem, que já são ensinadas de forma exemplar nos cursos de formação.

Vale ressaltar, conforme explicou o presidente da Federação, Jeferson Nazário, que a iniciativa do comitê já fazia parte da parceria firmada oficialmente com a universidade Zumbi dos Palmares na semana passada. Ou seja, antes mesmo da tragédia ocorrida em uma das lojas do supermercado Carrefour em Porto Alegre-RS.

“Nós já vínhamos conversando com a universidade, professor doutor José Vicente, que é o reitor, para desenvolver um trabalho de conscientização do profissional e também das pessoas que transitam nos lugares onde nós estamos trabalhando (…)o que nós queremos aprender neste convênio e com as conversas que nós estamos tendo aqui na universidade, é como não gerar um desconforto para quem está do outro lado, principalmente da raça negra, que é o que nos trouxe a assinar este convênio. Então, estamos aprendendo, estamos conversando, vamos criar uma cartilha de conscientização para o nosso profissional e que será distribuída também para a sociedade, para que possamos conviver de uma maneira boa e normal como se deve ter com todo ser humano”, disse o presidente da Fenavist em discurso.

Jeferson Nazário também reforçou que as arbitrariedades que têm levado a casos de truculência inaceitáveis não representam e não são cometidas pelas empresas formais, que atuam seguindo estritamente o que diz a legislação.

“Os últimos casos que tiveram no Brasil não eram pessoas que estavam credenciadas para estarem fazendo o serviço. O caso específico de quinta-feira, se vocês acompanharam o noticiário, a empresa que estava lá era uma empresa autorizada pela Polícia Federal, porém os profissionais não tinham vínculo com a empresa de registro. Isso é uma obrigação que a Polícia Federal exige de todos os profissionais e das empresas. Então, já começou errado. Mas por quê? Porque o cliente também quis buscar o preço mais barato e contratou uma segurança irregular. A primeira pergunta que eu fiz para eles foi: você consegue comprar um saco de feijão por R$8,00 e vender a R$6,00 na sua prateleira? Consegue? Como é que você quer contratar segurança que custa R$8,00 e pagar R$4,00? Então, lá atrás, aconteceu isso e gerou o fato de quinta-feira”, explicou Nazário.

O presidente da Fenavist condenou com veemência a ação que levou a morte de João Alberto de Freitas, morto no dia 20 de novembro.

“Foi uma série de consequências que ocorreram de erros da segurança privada com a pessoa que lá estava. E terminou numa barbárie que a gente não consegue nominar. Eu não consigo nominar. Nada tem a ver com a atividade da segurança privada o que aconteceu lá. Isso eu posso garantir para vocês”, afirmou o representante das empresas de segurança privada.

O dirigente ressaltou ainda que tragédias, como a da última sexta-feira, poderiam ter sido evitadas se o Congresso Nacional já tivesse atendido ao apelo do segmento por uma legislação mais rigorosa.

“Nos empresários, trabalhadores e a própria Polícia Federal já estamos lutando há aproximadamente 20 anos no Congresso Federal. Está parado lá agora com o presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, Davi Alcolumbre, um Projeto de Lei que passou por todas as esferas do legislativo e está lá para uma votação, para quê? O que nós estamos pedindo? Maior rigor na punição, não só de quem está na ponta, mas do empresário que está levando aquele serviço lá também”, argumentou o presidente da Fenavist.

Antecipação

Líder do Movimento AR e reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, foi quem propôs a antecipar a criação do Comitê Segurança Sem Preconceitos para este ano, após a tragédia da última semana. Inicialmente, a iniciativa seria desenvolvida a partir de 2021. “Ninguém ganha com situações de racismo como as que presenciamos, temos famílias negras enlutadas enterrando seus entes queridos e famílias brancas sofrendo com o encarceramento de seus familiares quando punidos por seus atos”, disse o reitor.

Além da Fenavist e do Movimento AR, participaram da primeira reunião do grupo de trabalho, João Eliezer Palhuca, Diretor da Fenavist e presidente do SESVESP; Ricardo Tadeu Correa, Presidente da ABCFAV; Christiano Jorge Santos, Promotor de Justiça de Defesa do Patrimônio Público do estado de São Paulo; Coronel Camilo, Representando o General Campos Secretário de Segurança Pública de São Paulo; Coronel Leandro Gomes Santana, Diretor de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos; Luiz Antonio de Camargo Pereira, Inspetor Superintendente da GCM; Coronel Leandro, GT – Segurança do Futuro e Diretor de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos da PM/SP; Marco Antonio Lopes, Presidente da ABSEG; Elisa Lucas Rodrigues, Representando a Secretária de Direitos Humanos e Cidadania; José Jacobson Neto, presidente da Abrevis; Professora Felícia Ponce; do Observatório do Negro – Universidade Zumbi dos Palmares; Professora Lina Amaral, Unicamp; Professor Natanael dos Santos, Universidade Zumbi dos Palmares.

Para assistir a íntegra do discurso do presidente da Fenavist, Jeferson Nazário, clique no vídeo abaixo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

X