Presidente da Fenavist participa de painel da ISC Digital Experience

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Jeferson Nazário foi o mediador do debate “A visão dos C-Levels sobre as soluções e tecnologias que auxiliam o retorno e recuperação da economia ao novo normal”

“O setor sempre buscou tecnologia para combater o crime. E, hoje, nós estamos buscando tecnologia para combater um ser invisível, que é o vírus. No passado, eu não lembro de a gente ter tido um ser invisível que exigisse tanto do setor”. A constatação do presidente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), Jeferson Nazário, foi a linha condutora do painel “A visão dos C-Levels sobre as soluções e tecnologias que auxiliam o retorno e recuperação da economia ao novo normal”. O debate abriu a programação da ISC Digital Experience na última quarta-feira (21). 

O presidente da Fenavist foi o mediador do painel que contou com a participação do presidente Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica e Cursos de Formação do Estado de São Paulo (SESVESP), João Eliezer Palhuca, do presidente do Sindicato das Empresas de Escolta do Estado de São Paulo (SEMEESP), Autair Iuga, do presidente do Grupo Protege, Marcelo Baptista de Oliveira, e o do CEO da Segurpro, Regis Noronha.

Por cerca de duas horas os players do segmento de segurança privada discutiram os impactos da pandemia de covid-19 no mercado e o futuro da atividade dentro do que tem sido chamado de novo normal. “A tecnologia e a economia futura. Como vamos conseguir chegar nessa conta? (…)como levarmos tudo isso em termos de tecnologia para o contratante em um momento tão delicado, o criminoso invisível (vírus da covid-19) está invadindo todos os locais que nós prestamos serviços, para que ele (contratante) possa comprar isso na ponta, não só pelos valores e sim pelo que está comprando? Como chegar até ele para que ele possa valorar isso e comprar os nossos serviços? A tecnologia ainda precisa dos seres humanos, que somos nós, nossas empresas”, argumentou Jeferson Nazário. 

Tanto para o presidente do SESVESP, João Palhuca, como para o empresário Marcelo Baptista, muitas das soluções passam pela valorização da atividade que, apesar de essencial, como o próprio Governo Federal confirmou em decreto logo no início da pandemia, ainda é vista como uma questão meramente obrigatória pelos contratantes.

“Eu acho que os governos federal, estaduais e municipais desperdiçam uma força de trabalho muito operacional, muito bem treinada, qualificada, que pode ajudar a sociedade na diminuição da violência através dos vigilantes, do pessoal do transporte de valores, da escolta, da frota de veículos, dos equipamentos instalados. Todo crime, toda violência, a polícia sai correndo atrás das imagens das câmeras de vigilância das empresas privadas. E através dessas imagens, grande parte dos crimes é solucionado. E, mesmo assim, a gente vê uma certa falta de políticas públicas que podem melhorar o aproveitamento dessa força de trabalho, desse grande aparato que a gente vê e ainda não é muito bem utilizado”, afirmou Palhuca. 

“As empresas estatais, as empresas privadas precisam dar mais atenção ao nosso segmento (…) Infelizmente, ainda há um entendimento que é uma coisa muito simples, elas vão pelo preço e não pela qualidade. É uma pena. Você pode ter tudo, mas no final da linha, a pessoa olha só o preço”, explicou Marcelo Baptista.

O presidente do SEMEESP, Autair Iuga foi enfático ao dizer que é necessária uma mudança de mentalidade. “Estamos falando de quanto vale. Quanto vale a segurança da sua carga, a segurança da sua família, a segurança da sua empresa? É quanto vale, não quanto custa. Quando você escolhe um parceiro ideal, regulamentado pela Polícia Federal, e esse parceiro também está em sintonia com o desenvolvimento de tecnologias, eu acho que a gente tem grandes chances de transformar o Brasil em um País bem melhor. ”

Segundo os debatedores, a questão da imprevisibilidade causada pelo vírus da covid-19 deixou ainda mais evidente a importância das novas tecnologias que, ao longo dos últimos anos, têm sido incorporadas pelo segmento.

“Quando você chega no covid, você vê que a percepção de segurança muda. A segurança patrimonial é um item desse composto. Como manter a segurança dos nossos profissionais que estão à frente dos postos de trabalho? Como manter a segurança dos profissionais das organizações. Aí, começam a aparecer tecnologias que vem a reboque das tecnologias originais”, exemplificou o CEO da Segurpro, Regis Noronha.

Futuro

Para o presidente da Fenavist, o caminho que levará ao futuro da segurança privada passa por um grande desafio “Como entregar serviço e não commodities. Hoje, o setor está assim. Sem nome, sem câmeras, é quantitativo, não o qualitativo. Esse é o desafio.”

Opinião semelhante a do empresário Marcelo Baptista. “Nós temos que discutir novos mercados. Esse é ponto. Então, nós estamos preparados. Nós estamos o tempo todo lutando com o mercado, tentando mostrar para o mercado o que temos na mão (…) o mercado futuro está aberto. Precisamos saber para onde vamos.”

A trajetória rumo ao futuro tem na aprovação do Estatuto da Segurança Privada uma grande esperança. Infelizmente, o projeto, que tramita há uma década no Congresso Nacional, está parado há dois anos enquanto aguarda-se a votação final pelo plenário do Senado. Prejuízo incalculável para o segmento. “A aprovação do Estatuto trará segurança jurídica, hoje isso é um grande problema”, afirmou o presidente do SESVESP.

Nas considerações finais, Jeferson Nazário também reforçou a importância da aprovação do Estatuto da Segurança Privada, já que novos nichos de mercado serão abertos. Além disso, a nova legislação aumenta o combate às empresas clandestinas. “A segurança privada vai ampliar muito o nicho de mercado dela. Mas, eu creio que, além de nós estarmos antenados nisso, eu conclamo todos para ficarmos antenados na reforma tributária que está aí. Eu creio que pode ser uma forma de regular melhor também a competitividade. Ou seja, todos vão pagar, pelo menos, da mesma forma. Aí, nivela essa competição tão canibal que a gente enfrenta, que muitas empresas fogem de pagar os impostos e concorrem com nossas empresas que pagam todos os tributos e impostos”, concluiu.

ISC Experience Digital

O ISC Digital Experience marcou a primeira edição completamente digital da principal feira de soluções integradas de segurança do Brasil. O evento ocorreu nos dias 21 e 22 de outubro, com uma programação de discussões sobre os principais desafios e oportunidades do ecossistema de segurança integrada para segurança pública, patrimonial e privada. 

“Neste momento que desafia o mercado de segurança integrada global a pensar novas estratégias e planejamentos, a ISC Brasil entendeu que a realização do evento nesse formato contribuiria ativamente para o relacionamento com o mercado e as entidades de classe do setor, agregando ainda mais valor ao setor de segurança por meio de discussões de alto nível com representantes brasileiros e da América Latina”, afirma o gerente de produto da ISC Brasil, Thiago Pavani.

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