Os ladrões estão cada vez mais ousados. Além de armas pesadas eles usam também a criatividade para assaltar prédios e fazer arrastões. Recentemente, por exemplo, assaltantes vestidos como agentes da Polícia Federal invadiram um prédio na Grande São Paulo. Entre outros disfarces mais utilizados em todo país estão de corretor de imóveis, carteiro, técnico de sistemas de telefonia e TV a cabo, funcionários de empresa de energia e gás, e oficial de justiça.
Outro fator que contribui para a insegurança dos prédios é o serviço clandestino, mais barato e realizado por empresas não regulamentadas. “Por isso tanto problema”, afirma Uzuel Manélio Duplat Neto, diretor-superintendente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado da Bahia, para quem a Carteira Nacional de Vigilante é um documento como a Habilitação, que deve ser exigido por síndicos e moradores àqueles que são contratados para inibir a ação de bandidos impondo segurança em ambientes residenciais e empresariais, armados ou desarmados.
“Nós vivemos num país que todo tipo de crime está aumentando. No caso dos condomínios, muitos assaltos acontecem, mas os síndicos não divulgam”, diz Uzuel Duplat, autor do livro “Prevenção é a arma do negócio”. “O síndico ou o administrador de um condomínio é uma das pessoas mais importantes na prevenção de ocorrências de furtos, roubos e assaltos.
Assim, ele deve propor nas assembléias as regras de prevenção no Procedimento Interno do Condomínio. E deve começar pelo serviço da portaria”. Ele sugere que a guarita de um prédio fique em um patamar superior e tenha vidros escuros, que não só permitam aos porteiros uma visão geral dos acessos ao prédio e o seu entorno, como também dificultem, aos malfeitores, a localização do porteiro no seu posto de serviço. Sugere também a criação, junto aos portões de acesso, de uma pequena passagem ou portinhola “que permita o recebimento de pizzas, flores e outras encomendas, sem a necessidade de abertura do portão”.
Já Fabio Milani, especialista em segurança, é da mesma opinião e pontua que há algumas medidas que podem inibir a ação dos criminosos, a começar pelo treinamento de quem está na portaria. “O primeiro alvo das quadrilhas são as guaritas. Ter uma estrutura de clausura já inibe a ação de criminosos, porém, o controle de acesso é imprescindível”, comenta.
No território baiano existem mais de 100 empresas de segurança privada. Uzuel Duplat recomenda que a contratação de qualquer uma delas se faça, antes, através de uma consulta à Polícia Federal, que normatiza e fiscaliza o setor. “É uma coisa muito importante”, diz. Apesar de na Bahia, conforme o superintendente do Sindesp-Bahia, os assaltos em condomínios “ainda serem raros”, outro item importante “é verificar onde a empresa já presta atividade e entrar em contato com outros contratantes para saber da qualidade do serviço prestado”.
O delegado da Polícia Federal na Bahia, Ulisses Tourinho, que fiscaliza a atividade exercida pelas empresas do setor no estado, concorda que esta consulta seja feita “por qualquer empresa ou condomínio interessado em segurança privada. É importante, mesmo porque são exigidos requisitos rigorosos, documentais e físicos, para que a empresa tenha a autorização para prestar esta atividade, autorização essa que é renovada anualmente”, declarou. Para consulta à PF, o condomínio ou empresa interessada deve ligar 3338.4550.
A propósito, o empresário Oldair Conceição, com 25 anos de experiência na área da segurança privada, percebe que a geração de emprego, no setor, está “na contramão do aumento exacerbado da criminalidade”, provocando, em 2015, o afastamento de 21 mil vigilantes. Atualmente eles formam uma tropa de 800 mil homens no País. “Este desemprego vem fragilizar ainda mais a segurança, enquanto o crime organizado se prepara cada vez mais pro ataque, utilizando até a Ponto 50, uma arma de guerra que derruba até helicóptero”, observa. “Os condomínios estão indo na mesma direção, com aumento significativo da inadimplência”, assegura.
Dicas para evitar ações criminosas
– As entradas, social e de serviço, devem possuir clausura (área de acesso entre dois portões) para que tanto condôminos como visitantes e prestadores de serviços possam passar por identificação e cadastro sem ficar expostos na rua. Da mesma forma evita-se o acesso livre ao condomínio ao abrir o primeiro portão.
– As entradas do condomínio – social, de serviço e garagem – devem ser suficientemente iluminadas, evitando-se o uso de obras de arte, de decoração e de jardinagem que obstruam a ampla visão do local à distância ou através das câmeras de vigilância.
– O interfone é de grande valia para que, em caso de emergência, o morador comunique a presença de suspeitos ou de indivíduos indesejáveis em seu “hall” de entrada.
– A guarita, que é o primeiro alvo em caso de invasão, deve ser blindada, mantida fechada durante o maior tempo possível.
Para tal, é recomendada a colocação de passa-volumes para o recebimento de entregas aos condôminos e documentação por parte de prestadores de serviços, assim como a instalação de interfones para comunicação. A guarita deve ser recuada do portão, com grades altas ao redor do prédio e o portão da garagem controlado pela portaria.
– Os equipamentos de segurança (portas de entrada, portões de garagem, extintores, etc), devem ser checados periodicamente e precisam estar em perfeitas condições.
– As chaves que forem confiadas a serviçais (faxineiras, motoristas, cozinheiras, etc) não devem abranger todas as portas do apartamento, permitindo-se o isolamento de algumas dependências privadas, principalmente durante o repouso noturno, evitando que os empregados possam ser coagidos a abrir as portas de que possuam as chaves, surpreendendo os demais moradores.
– Preferencialmente, o condômino deve manter a máxima discrição quanto aos valores guardados em casa, existência de cofres, etc.
– O pessoal de zeladoria, principalmente aqueles que desempenham funções na portaria do prédio, deve ser alertado periodicamente sobre os diferentes expedientes usados pelos delinquentes e devem estar capacitados para tomar providências quando necessário.
Redação FENAVIST Flávia Di Ferdinando Lorena Braga
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