Integração e o Estatuto da Segurança privada foram os destaques da abertura da ISC Brasil e do Enesp Sudeste 2019

Segurança privada fecha 100 mil postos de trabalho em cinco anos
30 de junho de 2019
Enesp Sudeste 2019 discute integração, situação política e econômica
1 de julho de 2019

Para o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), atuação do setor privado é fundamental para a segurança. O Senador Major Olimpio (PSL-SP) cobrou a aprovação da nova legislação pelo Congresso Nacional

O início da tarde da última terça-feira (25), deu início a mais um marco na segurança privada brasileira. A Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist) e o Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica e Cursos de Formação do Estado de São Paulo (SESVESP) estrearam como parceiros oficiais da Feira ISC Brasil. O evento organizado pela Reed Exhibitions Alcantara Machado ocorreu entre os dias 25 e 27 de junho, em São Paulo. Um dos destaques da feira foi o Encontro das Empresas de Segurança da Região Sudeste 2019. O Enesp foi promovido pelos sindicatos que representam a atividade na região (SESVESP, Sindesp-RJ, Sindesp-MG e Sindesp-ES) juntamente com a Fenavist.

Diante uma plateia lotada, na cerimônia de abertura, o Governador de São Paulo, João Dória (PSDB) defendeu a integração entre as seguranças pública e privada. “Cooperam com a Polícia Militar, a Polícia Civil, as guardas metropolitanas, as guardas municipais. Esse trabalho de cooperação do setor privado é de fundamental importância, afirmou Dória.

A cooperação entre as forças de segurança pública e privada também foi destacada no discurso do presidente da Fenavist, Jeferson Nazário. “Nós temos cerca de 600 mil olhos e ouvidos para trabalhar para os senhores. Nós não queremos e não podemos fazer segurança ostensiva nas ruas. Quem faz isso são os senhores. Mas nós podemos trabalhar no suporte, nas informações, com inteligência e tecnologia, devido a agilidade das empresas”, defendeu Nazário.

O dirigente ainda anunciou que mudanças devem ocorrer em breve. “Nós estamos desenvolvendo junto com o Ministério da Justiça uma força tarefa de integração no Brasil das seguranças pública e privada”.

O presidente da Federação também fez questão de ressaltar a importância da Fenavist se tornar parceira oficial da ISC. “É a primeira feira oficial que a seguranças públicas e privadas estão trabalhando de forma integrada”, explicou.

O presidente do SESVESP, João Eliezer Palhuca, foi outro a destacar a importância da integração entre os setores público e privado. “A segurança privada é auxiliar a segurança pública. Então, o vigilante pode trabalhar ajudando a patrulhar, ajudando a guarnição com informações. E ajudando até com atuação dele em determinadas situações, sempre sob as orientações dos policiais”, argumentou Palhuca.

Considerado um padrinho do segmento no Congresso Nacional, o Senador Major Olimpio (PSL-SP) falou sobre a evolução do segmento. “Sou mais do que testemunha do que tem acontecido nos últimos anos. Aperfeiçoamento, treinamento, preparo. De busca de excelência não para conquistar clientes, mas para prestar um serviço mais adequado, sempre com parceria absoluta com os órgãos da segurança pública”, afirmou o parlamentar.

Estatuto da Segurança Privada

Outro assunto que recebeu grande destaque nos discursos das autoridades foi o Estatuto da Segurança Privada. O presidente da Fenavist ressaltou que a atualização da Lei 7.102/1983, que regulamenta o segmento, é imprescindível para o futuro, inclusive por dar melhores condições a Polícia Federal de combater a clandestinidade. “Reorganiza a Segurança Privada no Brasil”, definiu Jeferson Nazário.

O Senador Major Olimpio foi duro ao cobrar a aprovação. “Nós vamos avançar sim. Nós vamos entregar o Estatuto da Segurança Privada, que acabou sendo uma vergonha para o País, uma vergonha para o legislativo. Prometido para 2010, que era para a Copa do Mundo, para a Olimpíada. E, hoje, está pendente em um lobby da Febraban, que quer destruir as empresas de transporte de valores”, desabafou.

O Estatuto da Segurança Privada tramitou por sete anos até estar pronto para ser votado, em regime de urgência, pelo Plenário do Senado, no final de 2017. Por motivos desconhecidos, a proposta, que conta com o apoio dos trabalhadores, Polícia Federal e dos empresários, não foi votada.

Agora, com o início da nova legislatura, o relator da proposta na Comissão de Transparência e Finanças, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), solicitou uma nova audiência pública, o que atrasa ainda mais a tramitação.

Prestígio

A importância da ISC Brasil e do Enesp Sudeste ficou evidente pelo número de autoridades, empresários e contratantes que lotaram o principal auditório da feira na cerimônia de abertura. Além disso, a edição 2019 da ISC apresentou um crescimento de 31% em relação à edição anterior, confirmando o otimismo em relação à movimentação de negócios do mercado de segurança. Duzentas marcas participam do evento, de acordo com Thiago Pavani, responsável pela feira.

Deixe um comentário

X